Integrado na Semana da Leitura, no dia 15 de março (terça-feira), entre as 14 e as 16.30 horas, na Sala dos Grandes Grupos, ocorreu mais um ENCONTRO COM O PLANETA promovido pela Biblioteca Escolar.
A turma do 11.º A acompanhada pelos docentes Helena Mesquita e Carlos Meleira participou no evento.
Os alunos assistiram à visualização ao documentário AN INCONVENIENT TRUTH / UMA VERDADE INCONVENIENTE o que devemos saber (e fazer) sobre o aquecimento global, (2006, USA, Realização: Davis Guggenheim; Locução: Al Gore) e a professora Teresa Afonso alertou para a inevitável e imperiosa necessidade de mudar a consciência da humanidade face ao aquecimento global pois, como refere Al Gore no filme, " O que tomamos por garantido, pode já não existir para os nossos filhos."
A
recente ocorrência de fenómenos naturais extremos, como intensas ondas de
calor, tempestades, secas, furacões - mas também epidemias ou ainda a extinção
de inúmeras espécies - tem sido relacionada com as alterações climáticas que se
têm vindo a registar ao longo das últimas décadas.
O
aquecimento global, resultante das elevadas taxas de dióxido de carbono, metano
e outros gases emitidos para a atmosfera, é uma realidade preocupante, pelo
impacto que pode vir a ter na sociedade atual, bem como nos ecossistemas em
geral.
As
principais causas de tais cargas poluentes são, de acordo com Al Gore, a queima
de combustíveis fósseis, associada à desflorestação.
Não
podemos, no entanto, esquecer o facto de a emissão de taxas significativas de
gases como o metano estarem sobretudo relacionadas com a indústria
agropecuária.
Portanto, parte da solução passa obrigatoriamente pela redução – ou mesmo eliminação – do consumo de carne. Por outro lado, urge investir em energias alternativas/renováveis, como a energia solar, geotérmica ou das marés.
As energias renováveis não são ainda amplamente utilizadas, dada a dificuldade em lutar contra os lobbies do petróleo.
Na verdade, à luz do conhecimento atual, não faz qualquer sentido continuar a investir em combustíveis fósseis.
Em Novembro último, no âmbito da COP21, Portugal comprometeu-se, em Paris, a contribuir para a minimização do aquecimento global, i e, implementar políticas de incentivo à utilização de energias renováveis e equipamentos tecnológicos cuja funcionalidade não dependa em absoluto do petróleo ou derivados.
Entretanto, pouco tempo antes, a anterior legislatura concessionava a costa portuguesa para – pasme-se – a prospeção petrolífera, em mar e em terra!...
É evidente que todas as autarquias, associações ambientalistas e forças vivas da sociedade estão fervorosamente contra esta investida no território português e designadamente no Algarve.
É inegável (está cientificamente estudado e amplamente documentado) o pernicioso impacto da prospeção e exploração petrolífera, quer no ambiente, quer na saúde pública. Noutros países, como a Holanda ou os Estados Unidos, foi ordenada a suspensão da exploração petrolífera, dada a sismicidade acrescida aí registada, bem como os graves problemas de saúde para as populações, decorrentes deste tipo de atividade em tais territórios.
Por que razão temos de repetir os erros dos outros?
Por que razão falamos disto aqui?
Pela simples razão de que estamos numa escola.
A Escola é um espaço de reflexão, de encontro de gerações (atuais e vindouras), de saberes e de sensibilidades…
A Escola é um lugar de crescimento… de confronto, de maturação, tendo em vista a formação de cidadãos capazes de tomadas de opção, de forma esclarecida, livre e responsável.
A Escola é a oportunidade de nos referenciarmos nos paradigmas estabelecidos, para depois os questionarmos e perspetivarmos o futuro em função das convicções e do quadro de valores que vamos construindo… desejavelmente, privilegiando o bem comum em detrimento de individualismos exacerbados…
Al Gore defende a ideia de que, além das políticas governamentais, cada cidadão deve ter um papel ativo na defesa do ambiente.
Assim, cada um de nós deve ser capaz de intervir ativamente no processo de reflexão acerca daquilo que são os nossos estilos de vida e avaliar o real impacto das nossas ações, a curto, médio e longo prazo.
Mais do que nunca, urge repensarmos os nossos padrões de consumo, a forma como nos relacionados com os outros, o modo como tratamos a mãe natureza…
A globalização deveria dar lugar à economia de proximidade, no pleno respeito pelos direitos de quem trabalha e produz, em harmonia com os ritmos da natureza…
A soberania alimentar é um desígnio, que urge concretizar.
Se cada comunidade produzisse os alimentos de que necessita, uma boa parte das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera (decorrentes das longas viagens associadas) deixariam de existir.
Esta seria uma das mais importantes vias de combate ao aquecimento global.
Neste âmbito, subscrevendo o lema Pensar Global, Agir Local, a Escola Secundária de Tavira tem vindo a efetuar alguns ensaios de produção agrícola, ora em suporte fixo (modo tradicional), ora em suporte móvel… Ora na escola, ora em espaço extraescolar…
Foi
precisamente o testemunho deste trabalho que as alunas do 11º A2, Elena
Toscano, Filipa Guerreiro, Inês Silva, Laura Garcia e Mariana Castro Sousa vieram
dar, junto dos colegas de Vila Real de Santo António, visando sobretudo realçar
o valor da sua participação num projeto que envolve um elevado grau de
comprometimento pessoal em todo o processo de construção de um alimento
saudável, tipicamente representativo da nossa cultura gastronómica, nele
estando intrincados os valores do respeito pelos ritmos da mãe natureza, da
dedicação e empenho em todas as etapas consideradas e o gosto pela partilha (de
produtos e saberes)…
Os alunos do 11.º A ficaram desde logo motivados e quiseram levar o kit fornecido para vivenciarem a experiência comprometendo-se, assim, a cuidar de uma planta comestível, isto é; a acompanhar todo o processo, desde a sementeira até ao momento da colheita.
Este projeto, entre outras atividades (pesquisa, laboratório, comunicação), inclui também uma vertente de partilha, uma vez que, por sugestão dos próprios alunos, tais produtos (biológicos) serão encaminhados para uma entidade de solidariedade social, que elaborará cabazes de oferta, a distribuir em função de critérios sociais.
A campanha intitula-se Adota (1 Planta)& Partilha e está, neste momento,
aberta à comunidade em geral.
No final do ENCONTRO COM O PLANETA, os professores Teresa Afonso, Paulo Silva e Carlos Meleira combinaram estratégias comuns de implementação de medidas ambientais nas Escolas Secundárias de Tavira e de Vila Real de Santo António.
A Equipa da Biblioteca Escolar agradece à professora Teresa Afonso a sua participação na Semana da Leitura.