Lê-se pouco? Lê-se cada vez menos?
Puro equívoco!
Ler não é privilégio ou escolha de alguns.
Ler é uma necessidade intrínseca ao acto de viver.
Só os mortos não lêem porque, como diz o Sábio, «… no mundo dos mortos (…) não existe acção, nem pensamento, nem ciência, nem sabedoria.» *1
Todo o ser vivo lê e são muitas e diversas as leituras que faz a cada momento.
LER é interpretar a VIDA.
Lê-se o Tempo: o atmosférico, o cósmico, o passado, o presente, o futuro, o real e o fantástico. Lê-se a Natureza física e psíquica: ideias, conceitos, pensamentos, sentimentos, emoções.
Lê-se o Conhecimento Universal, Planetário e Social, a Arte e o Saber das épocas, a que se dá o nome de Cultura (instintiva, intuitiva ou adquirida).
Lê-se tudo e de tudo, até os Sonhos.
Quem diz que não se lê ou se lê pouco, não é Tolo nem Cego porque até estes lêem, a seu modo.
Porventura menos atentos às leituras espontâneas, alguns valorizam especialmente uma das infinitas formas de Ler: a Escrita.
Ler a Escrita é, realmente, fascinante!
«A Leitura [impressa ou digital] é para a Mente o que o exercício é para o Corpo.» Partilho esta verdade por inteiro, com o seu autor Joseph Addison, um leitor compulsivo como eu.
E outro amigo famoso, Miguel de Cervantes, completou-lhe o raciocínio ao dizer «Quem lê e anda muito, avança e sabe muito (…) [porque] ver e ler muito aviva o engenho do ser humano».
Conheço uma pessoa que quis aprender a ler a escrita muito cedo, antes da idade oficial, porque sentia que os livros diziam coisas que queria conhecer. Depois de muitos anos, continua a ter como divisa:
«Arma-te com Livros e vencerás. São as melhores armas para a luta da vida.»
Ana Mendes
*1 Citação do excerto final de Eclesiastes 9:10
[Bíblia Sagrada, edição Pastoral da Sociedade Bíblica Católica Internacional, 3ª ed., S. Paulo, 12/1997]
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